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Conheça o festival que acontece há mais de 50 anos na Amazônia

O Festival Cultural de Nazaré integra a expressão da cultura ribeirinha, sendo a demonstração de uma tradição familiar que teve esse ano o reconhecimento do Governo do Estado de Rondônia como patrimônio cultural de natureza imaterial.

Lucileyde Feitosa 23/07/2023

O Festival Cultural de Nazaré integra a expressão da cultura ribeirinha, sendo a demonstração de uma tradição familiar que teve esse ano o reconhecimento do Governo do Estado de Rondônia, por meio do Decreto nº 28.188 de 14 de junho de 2023, como patrimônio cultural de natureza imaterial.

A 55ª edição do Festival ocorrerá nos dias 28 e 29 de julho, sendo uma extensão dos Festejos religiosos na comunidade de Nazaré, localizada no Baixo Madeira em Porto Velho-RO. O objetivo do festival é mostrar o valor dessa tradição cultural, reconhecimento da história de um lugar, homenageando seus moradores e celebrando a convivência repleta de saberes locais.

A programação cultural reúne apresentações dos Grupos Minhas Raízes e as Cunhãs – Meninas da Amazônia, além de artistas regionais. Os personagens do Boi-Curumim, dentre eles o Pajé, Catirina, Bicho folharal, Miolo do Boi fazem parte da atração do espetáculo.

Para Teimar Martins, um dos organizadores do evento,

O Festival é uma missão do legado deixado pelo professor Manoel Maciel Nunes, principal incentivador das atividades culturais em Nazaré, o que almejamos principalmente é o pertencimento da própria comunidade e a manutenção e valorização da sua cultura e tradição”.

Tal tradição repercute em toda a região ribeirinha, sendo uma homenagem ao trabalho pioneiro do professor Manoel Maciel Nunes na educação, o qual trabalhou de forma efetiva para que seus alunos tivessem acesso às atividades culturais e a oferta do Ensino Fundamental – Anos Finais na comunidade.

É um evento que mobiliza diversas comunidades ribeirinhas, turistas e interessados em conhecer a expressão cultural da comunidade de Nazaré que canta suas histórias, divulga atividades culturais ligadas ao universo das águas e das matas, mostrando a riqueza de uma cultura de grande representatividade às margens do rio Madeira.

Dessa maneira, participam das atividades culturais crianças, adolescentes e jovens tanto de Nazaré quanto de outras comunidades adjacentes, os quais dançam, cantam, celebram a fé e expressam a vida cultural no interior da Amazônia.

A Cunhã-poranga é uma das personagens do lindo Boi Curumim de Nazaré. Foto: Grupo Minhas Raízes

Os moradores ajudam, participam na organização das barracas, no acolhimento dos visitantes, trabalhando nas pousadas, nos restaurantes e pequenos comércios. A economia acaba tendo esse aquecimento nesse período, sendo motivo de alegria e ganho de uma renda extra às famílias de Nazaré.

Outro aspecto relevante é chamar a atenção do poder público a olhar mais para a realidade das comunidades ribeirinhas que necessitam de água potável, saneamento básico, educação, transporte etc. São questões básicas e que precisam ser melhor trabalhadas em prol da qualidade de vida, segurança, bem-estar e sustentabilidade de um viver guardião de saberes que interessam ao mundo.

Maiores informações sobre o Festival e como chegar à comunidade de Nazaré pelo telefone: (69) 99971 0510.

Que esta experiência de Olhar Amazônia com pertencimento possa ser multiplicada para a definição de campos possíveis de ação nas políticas públicas destinadas às populações tradicionais. Continue nos acompanhando e envie suas sugestões no e-mail: lucileydefeitosa@amazoniaribeirinha.com